Em uma demonstração de ambição desenfreada pelo poder, o governador Helder Barbalho está orquestrando uma campanha agressiva para garantir que seu primo e preposto político, Igor Normando, seja eleito prefeito de Belém nas próximas eleições de outubro.
Essa manobra, que Helder não é burro de admitir publicamente, é vista por muitos como uma tentativa de controlar ao mesmo tempo o estado e a capital. Para ele, sentar ao mesmo tempo na cadeira de governador e de “prefeito” da capital é um mero detalhe.
Assim, a campanha emedebista está caracterizada como “Igor eleito, Helder prefeito”. Sintomático. Um desenho político lógico. O jovem Igor é o instrumento adequado à consolidação dessa vontade imperial do governador, a quem apaniguados chamam de “Rei do Norte”.
Vamos e venhamos: a estratégia dos Barbalho é manter o domínio total em um estado onde jovens lideranças, controladas por velhos caciques nos últimos 50 anos, já nascem literalmente mortas. Uma espécie de aborto político provocado, com danos colaterais à direita, esquerda ou centro.
Igor Normando foi cuidadosamente selecionado pelo MDB, partido que a família Barbalho controla com algemas e mão de ferro. Escolhido por sua lealdade da hora, o deputado ostenta disposição para seguir as diretrizes traçadas pelo governador. Já deu demonstrações disso em outros episódios que iremos descrever em outra matéria.
Normando é dependente dos humores do padrinho-parente, mas essa subserviência política, além do despreparo administrativo, podem ser prejudiciais para uma cidade que enfrenta inúmeros desafios e necessita de um gestor competente e autônomo.
Os investimentos recentes para “embelezar” Belém em preparação para a COP 30, em novembro de 2025, são vistos por muitos como uma cortina de fumaça para enganar trouxas e obter uma carreta cheia de votos. Helder Barbalho utiliza esses projetos para promover a imagem de Normando, sustentando-a em uma campanha milionária. Dinheiro não é problema.
Eleitor cansado de jogadas
O eleitorado de Belém, no entanto, demonstra crescente cansaço com essas velhas manobras urdidas nas alcovas palacianas. Há um sentimento quase generalizado de insatisfação. A população anseia por mudanças e gestores que apresentem soluções reais e efetivas para os problemas da cidade, em vez da perpetuação do ciclo vicioso de controle político e favoritismo a familiares e agregados.
Enquanto Helder Barbalho continua a usar todos os recursos disponíveis para garantir a vitória de Normando, resta saber se os eleitores de Belém permitirão que essa estratégia de manutenção do poder prevaleça, ou se buscarão uma liderança que traga renovação e independência para a administração da cidade.
Além de promover Normando, Helder está determinado a esmagar seus opositores. E tem utilizado todas as armas ao seu dispor para silenciar aqueles que não se aliam a seu nefasto projeto político de controle total do poder, como um Nabucodonosor dos trópicos.
Nada deterá o governador nesse projeto de hegemonia. Falta apenas combinar com os russos, no caso os eleitores dessa Belém de muitas e graves carências urbanas e sociais.
Créditos: Ver-O-Fato